4 de setembro de 2007

massa

Os fenómenos de massas cobram-me uma estimável admiração.
De repente estou virtualmente rodeado, não me mexo, e por isso dou por mim. Altivo, do alto de meu poleiro, afio o dente e de imediato projecto o olhar, os ouvidos e até o cheiro e admiro à minha volta. Aprecio, descolo o cérebro do marasmo dos procedimentos e pensamentos quotidianos mecanizados e aprecio…
…Se numa mão acuso escandalizado a pequenez do nosso juízo, orientado por uma influência global, presa cega de um predador sem escrúpulos (que vai desde o consumismo, ao capitalismo, à politica, à moda…) ou tão simplesmente presa dos impulsos das fronteiras da nossa identidade cultural, da nossa maneira de fazer as coisas, na outra mão assumo que assim o somos porque assim o necessitamos de forma absoluta. E essa cegueira e esses impulsos, talhados de modo mais poético, paradoxalmente são produtores de sensações, sons, bailados, fotografias, movimentos impecáveis.




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